sábado, 9 de janeiro de 2010

CORONEL PEDRO DIAS

Nasceu no bairro Canguera, próximo ao povoado de Capela do Alto, pertencendo ao município de Campo Largo (1874). Filho de humildes roceiros, o Sr. Nicolau dias de Campos e D. Jesuína Maria de Moura Campos. Viveu na zona rural até os 16 anos.Em 1890 decidido a ir atrás do sonho de ser soldado, foi trabalhar em “Terras de Piratininga”, ou seja, São Paulo. Chegando à cidade consegui ocupação nas empresas do conde Francisco Matarazzo, iniciou seu processo de alfabetização. Segundo historiadores, não trazia luzes, trazia uma determinação inabalável para remover os mais difíceis obstáculos. Ingressou na Força Pública paulista, hoje Polícia Militar do Estado de São Paulo no ano de 1.890, conta-se que tinha 16 anos sabia assinar o nome e fazer as quatro operações básicas da matemática. Serviu com disciplina, não esmoreceu diante dos perigos, dedicou-se aos estudos e obteve importante participação à frente de revoltas e combates orientando a tropa com notoriedade e inteligência por todo o território brasileiro. Tanta dedicação e amor á pátria fez com que seguisse carreira militar de forma brava, heróica e ímpar. Chegando ao posto de Comandante Geral do Exército, reorganizou muitas bases da força pública.Dedicou-se à esgrima, ao escotismo, à literatura e às obras assistencialistas com a mesma garra com que serviu o exército por mais de 40 anos.É por isso que todos que passaram, passam ou passarão pela EE “Cel. Pedro Dias de Campos sentem-se orgulhosos de seu querido patrono, um homem que nasceu entre as pedras do caminho, mas que soube traçar seu destino com a espada de guerreiro e a pena de escritor e um coração benevolente. Faleceu no dia 5 de agosto no Hospital da Cruz azul em São Paulo, seu funeral foi digno de chefe de estado, homenagens, honrarias muitos discursos de personalidades da época.

CARREIRA MILITAR1890
– alista-se como Soldado (mostra responsabilidade em lutas pela consolidação da República)1892 – é promovido a Cabo1893 – Furriel1894 – 2º Sargento1895 – 1º Sargento1896 – Sargento ajudante Quartel-mestre (enfrenta em Santos um bombardeio de navios rebeldes com coragem e sangue frio – batismo de fogo). Promovido no mesmo ano a 2º Tenente/Alferes1902 – Tenente1904 – Capitão1907 – Major1912 – Tenente Coronel (organizou a defesa contra os revolucionários, planejando e instruindo com estratégias precisas.)1924 – Coronel1926 – Comandante Geral

MILITAR ESPORTISTA
Quando o esporte ainda engatinhava no país, enquanto Charles Müller introduzia o futebol no país, o dardo começava a ser divulgado o ilustre militar depois deseja mostrar aos brasileiros a esgrima. Vai mostrando aos poucos em ocasiões solenes a beleza do esporte.Funda a “Sala das Armas Giancinto Sanges” em São Paulo, organiza eventos, campeonatos e clubes voltados ao esporte. Anos depois cria o “Clube da Esgrima 7 de setembro”, a “Grande Associação de Esgrimistas”, o “Clube de Esgrima Masanielo Parise”, a “escola de Esgrima de Espada, florete e Sabre”, responsável pelo treinamento de oficiais militares.Organiza, participa e divulga espetáculos com o fim de despertar na sociedade o gosto pelo esporte. Dedicou-se incansavelmente á divulgação e apreciação do esporte no Brasil.Foi reconhecido como o pioneiro da esgrima no país, recebeu moção honrosa pelos profissionais de Educação Física, consagrou-se pela dedicação e deixou às futuras gerações raízes de um belíssimo esporte esse senhor conhecido nos duelos como “bandeirante da esgrima”. Foi agraciado com a Cruz de São Jorge, uma das mais altas honrarias no esporte.

ESCOTISMO BRASILEIRO
A carreira militar possibilitou inúmeras viagens ao “caipira paulista”, ele aproveitou para conhecer e estudar diferentes culturas. Retornando ao Brasil, traz planos de iniciar um trabalho voltado às crianças, nasce pelas mãos do Coronel Pedro Dias de Campos, o escotismo no país. Formou as primeiras turmas, reaproveitou materiais em desuso no exército, instruiu, construiu, fundou núcleos primeiramente na cidade de são Paulo, porém a ideia espalhou-se rapidamente graças ao dinamismo do divulgador.Com os escoteiros organizou paradas cívicas que atraiam multidões, difundia o civismo e os heróis nacionais. Fundou a “Associação Paulista de Escoteiros”, orgulhava-se por ter instruído no escotismo personalidades e seus filhos. Por todo esse trabalho foi condecorado com o “Tapir de Prata”, a mais rara e importante condecoração do escotismo, além de receber também a “Medalha da distinção” em ouro e a “Velho Lobo”, todas voltadas a proclamar o mérito do escotista.




SOLDADO DAS LETRAS QUE DEU NOME À UMA ESCOLA

Ele nunca tentou ocultar sua vida humilde e a pouca intimidade com as letras, ao contrário valorizava cada conquista, só ele conhecia o sabor verdadeiro da vitória. Apegou-se aos estudos, frequentou cursos noturnos, fez-se por si mesmo.Estudou com profundidade literatura, história geral e militar, ciências e o povo indígena. Falava com fluência francês, alemão e italiano, além do belíssimo português que utilizava em seus discursos. Distribuiu o tesouro que conquistou com humildade e sabedoria.O gosto pela esgrima fez com que fosse dado o pontapé inicial na carreira literária do soldado das letras. Em 1902 lança em circulação as revistas votadas ao esporte “Sportman” e “Vidas Esportiva”. O escotismo também deu margem à publicação do Coronel escreveu e editou as obras: “Instrução Técnica”, “Educação Física”, “Socorros de Urgência” (utiliazado até hoje pela escola de medicina), “Educação Cívica”, “Educação Moral”, “Trabalhos e Campo” e “requisitos para o Escoteiro de Classe”. Escreveu obras voltadas a história militar: “O Espírito Militar Paulista”, “A Revolta de 6 de Setembro”, “As Armas de Guerra Usadas no Brasil”, “Uma Carta de Osório”, “O Corpo de Bombeiros de São Paulo”, “A Força Pública”, “As Minas de Ouro do Jaraguá”, “Os Quartéis da Capital de São Paulo”, “Quem era o sorocabano Bento Manuel Ribeiro”, “A gente Sorocabana na Revolução de 1842” . Autor também de livros utilizados no setor técnico-profissonal: “Educação do soldado”, “Hinário”, “Palestras Militares”, “O Instrutor de Tiro” além de inúmeras traduções. Em 1953 publicou “O Íncola e o Bandeirante na História de São Paulo”, em homenagem aos 400 anos de São Paulo , não viveu para comemorar esta data, faleceu no mesmo ano. Deixou incompleto livro “A Revolução de 1924 em São Paulo”. Muitas de suas publicações mereceram excelentes criticas de instituições culturais nacionais e internacionais. No ano de 1957 (foto) inaugurou-se o grupo escolar "Cel. Pedro dias de Campos", na Cidade de Capela do Alto homenageando esse soldado das letras.

CRUZ AZUL
Criou a Cruz Azul em julho de 1926, uma entidade assistencialista que oferecia serviços odontológicos, médicos, educacionais, voltada à família dos soldados paulistas. Pouco tempo depois a entidade contava com hospital, ambulatório, escola. Sua esposa , D. Ercília Alves de Campos o ajudou nesta sua empreitada. Hoje a Cruz azul conta com um moderno Hospital em São Paulo e um patrimônio respeitável. No local há um busto do ilustre fundador dono de um cérebro luminoso.

texto adaptado/Carla
(Grandes Soldados de São Paulo; Coronel Arrison de Souza Ferraz;
Serviços Gráficos da Segurança Pública; 1960)


9 comentários:

  1. Eu estudei desde o fundamental até o magistério nessa maravilhosa escola. Hoje sou um profissional da educação com muito orgulho graças aos competentes professores que por ali passaram.
    Cito aqui alguns professores: Vilma, Luis Carlos Camargo, Nelita Prado Salum, Ari Antonio Sinisgalli, Orlando Belussi, Luís Carlos Fumagalli, Isabel Cristina Pires de Campos(magistério), Luís Carlos de Lélis, e outros mais.

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  2. Também fui aluno nessa escola desce o fundamental até finalizar o ensino médio. Sinto orgulho por ter ali estudado e deixo aqui registrado meu sentimento de gratidão eterna à todos que de alguma forma fizeram parte dos anos em que ali passei na qualidade de aluno.

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  3. No comentário acima, leia-se: "desde" o fundamental e não "desce" como consta por erro de digitação.

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  5. eu estudo ai ainda e estou no 2 colegial embora eu nao goste de estudar muito..... nessa escola eu estou gostando e aprendendo mt...... parabens para os professores diretores e para a edna......

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  6. ESTA ESCOLA É REFERENCIA EM NOSSA CIDADE, E A ESTE BLOG DEVERIA SER ACRESCENTADO A HISTÓRIA COMPLETA DA FUNDAÇÃO DA ESCOLA, POIS NEM NA ESCOLA EXISTE ESTES REGISTROS.

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  7. Olá!
    Entrei em contato com a página no Facebook.
    Gostaria que curtissem minha página.
    Tenho o prazer em mostrar a história do meu Bisavô Coronel Pedro Dias de Campos.
    Divulgue a página e vá conhecendo mais a história!
    Carinhosamente,
    Pedro Alves de Campos e
    Gizele Figlioli

    https://www.facebook.com/pages/Coronel-Pedro-Dias-de-Campos-Meu-Bisavô/282884505252649?notif_t=page_new_likes

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    1. Boa tarde, meu nome é Rogério, filho de Silas Pereira a qual narrava-me estória na qual conheceu o Cel Pedro Dias quando era criança, e comentava de uma tal D Ercília. Meu pai foi morador da Lapa ,próximo ás antigas industrias Matarazzo, onde seu Bisavô teria passado na juventude...fone 96212 5210.possuo uma foto antiga, de1926 ,em frente estátua de José Bonifácio no museu do Ipiranga, onde estariam meus avós e o qual seria o Sr Cel Pedro Dias juntamente á eles...

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  8. Há um pequeno erro na biografia acima pois o escotismo no Brasil foi trazido pelos oficiais e praças da marinha. Vide a história abaixo;
    Em 1907, ano que o movimento escoteiro (Scouting for Boys) havia sido fundado, muito Oficiais e Praças da Marinha Brasileira estavam na Inglaterra e vários se impressionaram com esse novo método de educação complementar que Baden Powell havia idealizado. Entre eles estava o Suboficial Amélio Azevedo Marques que ingressou seu filho, Aurélio, em um Grupo Escoteiro local sendo assim o primeiro escoteiro brasileiro.

    O escotismo foi introduzido no Brasil em 1910, por intermédio desses marinheiros e oficiais de nossa Marinha, que trouxeram consigo uniformes escoteiros e o interesse de semear o movimento escoteiro no Brasil.No dia 14 de junho do mesmo ano, na casa número 13 da Rua do Chichorro no Catumbi, Rio de Janeiro, reuniram-se, formalmente, todos interessados pelo escotismo e embarcados nos navios que haviam chegado ao Brasil.Naquele local foi oficialmente fundado o Centro de boys Scouts do Brasil.

    A partir de 1914, surgiram em outras cidades vários núcleos, dos quais o mais importante foi a ABE - Associação Brasileira de Escoteiros, em São Paulo, fundada em 29 de novembro, com o apoio de pessoas importantes tais como respeitados Diretores de e estabelecimentos de ensino, Secretários de Justiça e de Segurança Pública de Estado e pessoas que foram fundamentais para a consolidação do escotismo no Brasil, como o Dr. Mário Cardim, que concretizou a idéia de criar a ABE e tomou a frente para a preparação das pessoas, regulamentos e estatutos.Documentos comprovam que a ABE já mantinha Tropas Escoteiras em alguns Grupos Escoteiros em diversos Estados.

    Em 1915 uma proposta para reconhecer o Escotismo como de Utilidade Pública resultou no Decreto do Poder Legislativo nº 3297, sancionado pelo Presidente Wenceslau Braz em 11 de junho de 1917 que no Art. 1º estabelecia: "São considerados de utilidade pública, para todos os efeitos, as associações brasileiras de escoteiros com sede no país." Em 1921 é fundada no Rio de Janeiro a Confederação Brasileira das Escoteiros do Mar.

    O Movimento Escoteiro no Brasil, porém, só veio a ganhar amplitude nacional com a fundação, em 1924, no Rio de Janeiro, da UEB - União dos Escoteiros do Brasil. A UEB foi criada por iniciativa da Confederação do Escoteiros do Mar, Associação de Escoteiros Católicos, Federação do Escoteiros do Brasil e Federação dos Escoteiros Fluminenses. Seu trabalho era de unificar os grupos e núcleos escoteiros dispersos no país.

    Em 1928 a UEB foi reconhecida como instituição de utilidade pública e como dirigente do Escotismo Nacional pelo Governo Federal.De 6 a 13 de março de 1945 é realizada a primeira Assembléia Nacional Escoteira. No ano de 1946, a UEB é reconhecida pelo Governo Federal como instituição destinada á educação extra-escolar.Um ano após,de 19 a 26 de junho, foi inaugurado o Campo Escola Nacional em Itatiaia com a realização do primeiro Curso Básico para Chefes Escoteiros.Em 22 de abril de 1950 foi aprovada, pela 6º Assembléia Nacional Escoteira, a unificação do Movimento Escoteiro.

    Em 1956, na Assembléia Nacional Escoteira, são aprovados os novos estatutos da UEB.Dois anos depois, Lady Baden-Powell visita o Brasil.A UEB autoriza, em 1968, o primeiro Clã misto.É realizado, em 1981 o IV Jamboree Panamericano em Porto Alegre.No ano de 1996 é aprovada a implantação de tropas mistas nos Ramos Escoteiros e Sênior.Em 1998 há a realização do 1º Jamboree Nacional, em Navegantes-SC, que ocorreu de 25 a 31 de janeiro.

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